quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ÁGUA E SAL

Da tarde indolente que delatou a liberdade. Dos dias embaralhados pela expectativa de raras coisas bastantes, para além do resto que nos consome. Dos lábios apáticos ao consenso parvo, das saudades sinceras que só ganham não, da dor lancinante que aprendeu a ser muda. Do sono compartilhado, dos sonhos segregados, da absoluta inércia às negativas da vida. Da coragem reserva para problemas incertos, da multidão de cegos sempre queixosos, dos pálidos possessivos querendo a infância esvaída. Pessoas inteiras não buscam metades; seja bem-vindo ao mundo. Chore baixinho, que os sonos são leves, e sorria no escuro, que os egos são frágeis.