quinta-feira, 27 de maio de 2010
DESILUSIONISMO
Patética poeirinha de estrela sempre em busca de novas receitas para conservar o bom humor, tardou a descobrir que sumir é bem mais produtivo que serrar-se ao meio para divertir o populacho. Destino desmarcado constantemente confrontado pela personalidade deveras adequada à influência do astro que estava no quadrante no momento em que nasceu e por uma perene insistência em dar tudo invariavelmente errado. Saudades de quem não conhece, nostalgia do que jamais existiu: a delicadeza nunca esteve tão deslocada em uma paisagem. Não que ouse supor ser plenamente capaz de se aguentar só; é apenas uma hipótese fortemente exercitada quando não lhe restam saídas. Alguns chamam de arrogância. O ceticismo tende à arrogância, a arrogância à presunção, a presunção às premonições falidas, e estas, aos agouros sobrenaturais. Não antecipemos problemas: se a fortuna da roda está ora em cima, ora embaixo, um dia a desgraçada sobe. Maktub, está escrito - mas sempre é tempo para apagar.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
sábado, 8 de maio de 2010
quinta-feira, 6 de maio de 2010
ROMANCE DA VIDA BURGUESA
Nem bem acordo, me sacode: sobram estupidez em seu sorriso falido e covardia em sua boa moral a cada pulso de vida. Abraça erros alheios e metralha supremas verdades na minha cara amassada. Horror a tudo que não é perfeito, mas pra tudo ele tem remédio. Abro a porta do armário; finalmente se cala. Cacete! Tem um burguês no meu espelho.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
MENOS
Aos budas, para elevar a alma, amor. Ao resto, para ofuscar erros, solidão. (O amor quer demais, e nós não temos pra dar.)
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