domingo, 8 de abril de 2012

TUDO SE PERDE

O cara organiza a tabela periódica, inventa a fórmula da vodka e quase me faz acreditar no amor.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

SORTE DE HOJE SEGUNDO O PEQUENO MANUAL DE PARAFILIAS PRÓFUGAS

Vorarefilia s.f., só pra ver se você some

sábado, 17 de setembro de 2011

A ARTE DA GUERRA PARA QUEM PERDEU

Outrora, era lá que nos encontrávamos: no verso da costura dos risos imaginários, no alinhavo do júbilo que não se pode alcançar, no delírio que serpenteia tornando homens em imbecis completos, não fossem os incansáveis brados dos covardes. Cavoucavam eles, com o proselitismo tão afeiçoado aos benfeitores e com o êxito próprio dos servis, espaço que fosse ao pavor, principiando em estupidezes cotidianas e acabando em amores sufocados. Cá, vai-se o tempo como quem um dia volta, sem oferecer satisfações, deixando um rastro mofado de duelos perdidos e mágoas bem-intencionadas a nos impregnar os narizes, enquanto nos perguntamos, compenetrados, em qual bolso teríamos deixado o riso fácil. E aí, qualquer nota de dez é lucro.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

MOTIVOS PARA ODIAR FLORES

Se para isto há medida, eram excessivamente soberbas, ansiosas por exalar um perfume que jamais possuiriam. Carregavam consigo insinuações mais sublimes, imperceptíveis aos narizes e corações vulgares, tal qual acontecidos de natureza diversa misteriosamente reservados por entidades supremas (o acaso, por exemplo) às almas delicadas e contemplativas que claudicam pelo mundo. Não que uma explicação forjada satisfizesse os anseios de adoração e glória dessas aglomerações de florzinhas tão pretensiosas quanto poderia ser qualquer estúpida florzinha brotada em um vão de calçada de algum beco desamparado, mas era esse o caso. E aqueles olhos mareados eram dos poucos capazes de capturar sutilezas em dias ensolarados ou em almas anuviadas pelos reveses da vida, muito embora tal fato não fosse dotado da menor relevância. Nuances não tornavam a vida mais triste ou mais feliz. Solitária, talvez. Nunca almejou abandoná-las. Ficaram as flores em seus tapetes monótonos, não sem antes terem sido, na inércia da sua altivez, entremeadas por amarguras e desenganos e por umas pretensões pueris que, claro ficava, jamais se iriam concretizar. Regressava leve, de tristeza contida, com indigestas absolvições necessárias e a mesma velha porção de amores recolhidos. Não era jasmim, aquela flor do campo.

sábado, 13 de novembro de 2010

CAMELOS, AVESTRUZES E BURACOS

Redenções caladas escancaram no peito sorrisos tão grandes que já não lhe cabem. Ausente alguém a dar a outra face, partilha o dia de assombrosas minúcias: primavera dos justos, inverno dos fracos. Risonha a lua. Azulzinho o céu.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ÁGUA E SAL

Da tarde indolente que delatou a liberdade. Dos dias embaralhados pela expectativa de raras coisas bastantes, para além do resto que nos consome. Dos lábios apáticos ao consenso parvo, das saudades sinceras que só ganham não, da dor lancinante que aprendeu a ser muda. Do sono compartilhado, dos sonhos segregados, da absoluta inércia às negativas da vida. Da coragem reserva para problemas incertos, da multidão de cegos sempre queixosos, dos pálidos possessivos querendo a infância esvaída. Pessoas inteiras não buscam metades; seja bem-vindo ao mundo. Chore baixinho, que os sonos são leves, e sorria no escuro, que os egos são frágeis.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

BIS IN IDEM

E o nome do novo livro de Paulo Coelho é O Aleph. Um "imortal" ousando novamente cutucar Jorge Luis Borges no sossego de sua tumba. Aceita um chá?

domingo, 25 de julho de 2010

PEQUENO

Solidão emoldurada, fita a anunciação da noite a engolir a jornada. É a fuga de quase raro dia que não lhe pertenceu, daqueles em que a soberba do tempo transcorre serena e impassível a qualquer pretensão humana. O melhor segredo se consome em vestígios do que se possa pegar nas mãos. Cala. A lua quer rasgar o céu: rende-se o dia, afinal.

p.s.: feliz aniversário.